A coragem de dizer: – Eu escrevo.

Após ter meu livro finalizado, recebi o contrato da editora. Na condição de autor de primeira viagem, você precisa arcar com muitos custos. A empresa não irá correr o risco de apostar em alguém desconhecido, não importa o quão bom você considera seu texto. Por isso, por mais que escrever um romance seja um grande passo, na hora da publicação é importante entender o mercado para não se frustrar. 

 

Todo escritor sonha em vender muitos livros e em ficar conhecido, para que possa cada fazer mais o que ama. Poucas pessoas vivem de escrever e essa é sempre uma profissão que faz as pessoas torcerem o nariz quando você comenta. Ah, eu escrevo. Você diz para alguém. E a pessoa logo responde: – Legal! E você trabalha com o quê?

 

Escrever é raramente a atividade principal das pessoas que você encontra… claro, a não ser que você viva em um meio onde esbarra com escritores famosos o tempo todo. Via de regra, nós tentamos fazer algo para sobreviver e levamos a paixão da escrita no banco do carona. Penso que seja preciso dizer as pessoas que você  escreve e que seja necessário também que se tenha o feedback de leitores. Sem esse relacionamento com o leitor o autor se isola e fica obcecado na sua obra. É muito difícil encarar o criticismo mas, ao mesmo tempo, é importantíssimo filtrar e ouvir as críticas construtivas. Às vezes você gosta de uma coisa que escreveu e ninguém mais gosta. Ótimo, ouça o motivo por que não gostam. É simplesmente o gênero? É a estrutura? Está confuso? Não entenderam o significado original? 

 

A chave da crítica na obra é entender o que se está criticando. Muitas vezes as pessoas criticam por criticar mas, na maioria das vezes, tem boa intenção. E essa crítica direta, bem intencionada, precisa ser levada em consideração. No meu primeiro romance eu estava tão feliz de poder escrever que hoje percebo a história como bem ingênua, excessivamente romântica e por vezes meio simples demais. Mas eu adoro tudo isso, por que era quem eu era naquele momento. No segundo romance eu já trouxe um tom mais pesado e mais adulto, mostrando um pouco mais da minha visão do pluralidade e complexidade do mundo. Quem sabe como vou olhar para essa obra daqui a cinco anos? 

 

Então diga que escreve sim e escreva, escreva muito!  Procure feedback de quem você acha que pode te dar uma opinião sincera. Não deixe de colocar as suas ideias no papel por medo do que os outros acham. Na próxima semana vou falar de como foi toda a experiência com a editora e como foram as duas noites de autógrafos que realizei, até lá.

 

Luciano Gouvea. 

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Luciano Gouvea

Autor de Shekinah e Coração Tuaregue

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