Seguro tuas mãos,
enquanto buscam nas minhas o que ainda não têm.
Abraço teu corpo miúdo,
enquanto achas que sou o mais forte.
Afago teus cabelos longos,
buscando em ti a extensão da minh’alma.
És um barco ancorado, em construção;
moldado pra águas profundas…
Enquanto não navegas,
deixe-me limpar teu casco,
esticar tuas velas,
segurar teu leme,
até que que um dia então,
possas definir teu norte.
E aí,
só aí,
quebrarás a champagne,
desatarás o nó,
deixarás o teu porto seguro.
E mesmo na lágrima do adeus,
ficarei feliz,
contemplando a tua partida,
ao pôr do meu sol.
Feliz, sim,
pois esta é a sina dos barcos.