Machado de Assis, meu Camembert envelhecido

Alguns dias atrás, eu reli um dos meus livros favoritos de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Percebi que a cada releitura novos elementos aparecem, surgem à superfície das linhas sarcásticas do gênio. Mudou a minha capacidade de apreciação, pois a obra sempre teve a mesma qualidade singular.

Pois bem, ontem eu estava comendo um queijo cheddar, envelhecido 11 anos e temperado com Whisky e lembrei o quanto eu não gostava de cheddar. Preferia os queijos com menos camadas, mais simples e diretos, que derretiam e não traziam nenhum gosto marcante indesejado. Um “mussarela” ou mesmo o cheddar alaranjado com um leve gosto de borracha ia bem com um pão qualquer. Tinha pressa de viver e não me preocupava em saborear o alimento. Hoje prefiro queijos mais trabalhados, com camadas de sabor como o cheddar envelhecido ou o Brie e o Camembert como da foto em destaque.

O tempo vai passando e os livros e queijos permanecem bons como sempre foram… o que melhora é a nossa capacidade de perceber o porquê de serem bons ou ruins. Quanto mais queijos e livros clássicos eu saboreio mais aumenta a minha possibilidade de entender as nuances e camadas dessas duas paixões.

E aí o que você acha? Só um mineiro mesmo para comparar queijos e livros né? Hahaha.

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Luciano Gouvea

Autor de Shekinah e Coração Tuaregue

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